sexta-feira, 6 de setembro de 2013

FORMAÇÃO

A música é parte integrante da Liturgia católica, e também os irmãos ortodoxos e protestantes cultivaram, ao longo dos séculos, uma viva tradição musical. Assim, é possível afirmar que a cultura cristã sempre teve na música um ponto de grande elevação espiritual, descobrindo nas palavras cantadas com arte e emoção aquela beleza eterna que é o próprio Deus. A partir do texto extraído do Catecismo da Igreja Católica a seguir, propõe-se a reflexão. Muita atenção nas palavras da Igreja:

“O canto e a música desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por ‘estarem intimamente ligados à ação litúrgica’, segundo três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembleia nos momentos previstos e o caráter solene da celebração. Participam assim da finalidade das palavras e das ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis” ( CIC- 1157).

A primeira coisa importante no texto é a afirmação de que o canto e a música estão intimamente ligados à ação litúrgica. Trazendo isso para a realidade paroquial, a Igreja quer dizer que o trabalho dos ministérios de música, de todos aqueles que estão empenhados nessa dimensão da celebração (cantores, instrumentista, compositores, técnicos etc), não é algo dispensável ou aleatório. Pelo contrário, o trabalho dos chamados ministros de louvor é essencial, pois o canto é parte da celebração e não um mero adorno. O primeiro passo para que o trabalho dos ministérios de música seja eficiente e contribua de fato para a liturgia bem celebrada é a tomada de consciência dos músicos acerca da importância e profundidade da função que exercem diante do altar do Senhor. A partir dessa percepção cria-se um maior senso de cuidado e zelo com a produção e execução de músicas litúrgicas.

O texto fala que existem três critérios principais que faz com que a música se una intimamente à liturgia, três elementos comuns, pontos de união. São eles a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembleia nos momentos previstos e o caráter solene da celebração.

A beleza expressiva da oração encontra na música uma grande aliada. Vamos fazer um teste. Você já chorou alguma vez ouvindo a Ave Maria cantada? Conhece pessoas que se emocionam com isso? Com certeza sim. E mais. Você já se sentiu tocado (a) ao ouvir uma canção espiritual, uma música religiosa? A expressividade e o convencimento do discurso musical bem elaborado complementa a riqueza poética das orações, enaltecendo-as, fazendo com que as palavras cheguem até céu, numa súplica cheia de fé.

O texto indica que os ministérios de música devem dar maior importância às orações cantadas, pois elas são o verdadeiro centro. É preciso que os compositores e musicistas das comunidades católicas se empenhem na composição, estudo e execução de boas melodias para as partes fixas da missa: o “kyrie eleison”, o “Glória”, o “Santo” e o “Cordeiro de Deus”. Além desses momentos, a verdadeira missa cantada, é importante boas melodias para os salmos, para a aclamação ao evangelho, a profissão de fé, a Oração do Senhor e algumas outras aclamações. Em todos esses momentos a música é mais importante do que nas partes que os ministérios costumam valorizar, como a entrada, as oferendas, a comunhão etc.

Outro elemento de união entre a música e a liturgia é a participação unânime da assembleia nos momentos previstos. Quando se canta com arte o salmo não tem como negar que o povo reza melhor, participa mais. A música litúrgica é sinal da união do povo de Deus entorno do altar, entorno de Jesus. A missa nunca pode ser vista como um show ou teatro. O povo, a assembleia, não está assistindo nada, mas tomam parte da ação sagrada que se desenvolve. Eles estão participando ativamente, estão envoltos no mistério litúrgico, e é importante que os ministérios de música favoreçam a participação das pessoas a partir de alguns cuidados básicos como incluir sempre no repertório músicas litúrgicas conhecidas do povo, numa tonalidade que permita a todos tomar parte no canto.

O terceiro e último elemento é que a música ajuda a enaltecer o caráter solene da celebração. De fato, a missa é a ação sagrada que o próprio Cristo preside na pessoa do sacerdote. É a atualização perene do mistério pascal do Senhor morto, sepultado e ressuscitado. É a união do céu e da terra para louvar o Senhor e cantar suas maravilhas. O canto deve enaltecer a grandiosidade desse mistério. Os ministros de música devem estar atento à algumas sonoridades e estilos musicais, que embora apresentando pontos positivos, não comungam da mística requerida para a liturgia. Infelizmente muitas músicas pastorais feitas para grupos de oração e outros momentos de reflexão e convivência são incorporadas erroneamente às celebrações litúrgicas, deixando se perder a preciosidade do elemento celebrativo e ritual.

Embora seja o canto gregoriano o canto comum da Igreja Romana, não se exclui outros estilos e diferentes formações instrumentais. Existe lugar para todos, contudo, alguns elementos básicos como os expostos acima devem ser levados em consideração para que a música contribua com a finalidade das palavras e ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis.

REFLEXÃO (Efésios 1)

1- Cristo nos escolheu para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos. 1,4 (Para que sejamos um ministério de música que emane em cada acorde unção e amor é necessário buscarmos a santidade e isso é o desejo de Deus para cada um de nós).

2- Fomos adotados por meio de Jesus. 1,5-6 (Antes de sermos músicos somos filhos de Deus, ou seja de um Pai que nos ama incondicionalmente).

3- Pelo seu sangue fomos libertos 1,7-8 (Não é necessário carregarmos o peso do pecado pois Jesus derramou todo o seu sangue para remissão de nossos pecados, eu tomo posse. Que o sangue de Jesus seja derramado em nosso ministério.).

4- Revelação do Mistério 1,9-10 (Que nosso ministério seja capaz de buscar a revelação de Deus através do seu filho Jesus).

5- Herdeiros em Cristo 1,11-12 (Tô rico, sou herdeiro do dono do mundo. Somos herdeiros e convidados a servir à celebração de sua glória, que responsabilidade em...).

6- Somos selados com o Espírito Santo 1, 13-14 (Pertencemos à Deus pois fomos selados, e olha que lindo: “ele nos adquiriu para o louvor da sua glória”. Que nossa música seja para glória de Deus, “que diminua eu pra que Tu cresças Senhor mais e mais”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário